A lógica do embranquecimento no conto de a gata borralheira: intersecções entre raça e gênero no contexto educacional

Autores/as

  • Ravelli Henrique de Souza
  • Rodrigo Pedro Casteleira

DOI:

https://doi.org/10.5433/SGPP.2020v6.p787

Palabras clave:

conto literário, gênero, raça

Resumen

Este estudo tem por objetivo compreender as dimensões de poder, sob as definições foucaultianas, a fim de identificar suas relações com os contos literários no que tange as intersecções entre gênero e raça. De modo a estabelecer as análises de modo mais fechado, selecionamos o conto literário “A Gata Borralheira”, dos Irmãos Grimm (2018). Originalmente ele fora intitulado de “Aschenputtel”, traduzido do alemão para o português como “Cinderela”, no entanto, tensionamos a mensagem explícita do termo ‘borralheira’ configurada na descrição: “viver entre as cinzas”. Assim, pretendemos suscitar debates acerca do que o adjetivo de escurecimento sob a via das cinzas, pensado junto à ideia de gênero e trabalho doméstico, acabam por ecoar em contos infantis como esse. As intersecções estarão sob a mira de Kimberlé Crenshaw (2002) para que as categorias de raça e gênero sejam pensadas à luz de discussões contemporâneas (BELARMINO; BORGES; MAGALHÃES, 2010; BETTELHEIM, 2018; CAMPOS; CASTELEIRA, 2020), implicando em uma possibilidade de defender que o conto por sua vez impede o deslocamento subjetivo e político no processo de construção da identidade negra e desnaturaliza a mulher enquanto subserviente no espaço social. Desta maneira, há a necessidade de ressignificá-lo para a efetivação de uma sociedade igualitária livre das amarras ideológicas da raça, do sexo, dos gêneros e das sexualidades.

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Publicado

2021-01-19

Número

Sección

Anais do VI Simpósio Gênero e Políticas Públicas