O antitrabalho branco

racismo estrutural e as novas reivindicações laborais

Abstract

A pandemia causada pela Covid-19 foi responsável por reformular diferentes relações, entre elas as dinâmicas trabalhistas. Com a necessidade do isolamento social como medida de segurança contra a infecção, eclodiu ao redor do mundo um movimento denominado como antitrabalho. Este grupo defende mais flexibilização na jornada e melhores condições para os operários, mas acaba excluindo do debate uma parcela significativa da classe proletária: os trabalhadores negros. Este artigo visa discutir como a mão-de-obra preta acabou ficando de fora das reivindicações antiwork como consequência de um racismo laboral que se perpetua desde o período escravocrata até os dias de hoje